
Como a democratização dos meios comunicativos contribui para buscas por música
A internet proporcionou que nossa sociedade pudesse se conectar, se informar, se divertir… Enfim, muito do que existe está registrado nas plataformas virtuais, a um click de distância. Essa revolução dos meios de comunicação possibilita grandes avanços no que se refere ao fazer artístico. Enquanto num passado recente artistas da música dependiam de gravadoras para difundir seus trabalhos, hoje basta um celular pra registrar e internet pra divulgar. A democratização dos meios comunicativos, embora impliquem também em muitos conteúdos falaciosos e superficiais, é um ponto positivo na produção de arte independente.
Na verdade musicistas independentes, essa galera que tá fora do mainstream, sempre existiu. Afinal, diversos são os propósitos de quem trabalha com música. As motivações e inspirações de artistas estão pra além do que propõe a ludibriosa indústria cultural, esse meio em que o fazer musical se perde no labirinto do consumo. Hoje em dia é fácil encontrar artistas que fogem do senso comum, porta vozes de relevantes questões da sociedade contemporânea. Inclusive, mostrar em música as problemáticas socioculturais do nosso tempo é o que há de mais legítimo e admirável. Porque trata-se de produção acima do sucesso momentâneo: são contribuições para a construção do acervo memorial dos períodos históricos.
O que a internet já resgatou
Pensemos no passado musical brasileiro, décadas de 60 e 70. Diversas artistas foram barradas pela censura, e por isso impedidas de difundir suas obras. Várias bandas passaram despercebidas na época, mas com a internet podemos ter acesso a muita coisa que esteve fadada ao esquecimento. Um bom exemplo é a obra da banda pernambucana de rock psicodélico Ave Sangria:
Esse som representa muito do que foi a música na década de 70, porque mescla rock com a calmaria de elementos da música regional nordestina. Triângulo, agogô artesanal, violão e baixo marcam um suingue que lembra o forró. A banda promete novo álbum ainda pro primeiro semestre de 2019. A primeira single, composta no início dos anos 70 já está no ar e demonstra, sobretudo, que a pegada rock do grupo se mantém com força.
Nós, amantes da música psicodélica brasileira, esperamos ansiosas pelo retorno desses navegantes.