Após quase quatro anos fora do Brasil, ao regressar ao cerrado brasiliense, notei que estava bem desatualizada com relação a vários artistas nacionais. Meio sem norte, fui buscar os fechosos contatinhos musicais, vulgo amigos de longa data para me atualizarem o sistema.
De cara, fui apresentada a este trio elétrico de responsa: Baiana System!
A primeira faixa que escutei, aleatóriamente, foi a música “Lucro (Descomprimido)” que pertence ao segundo álbum “Duas cidades” lançado em 2016. Obviamente fiquei extasiada pelo swingue baiano e fui atrás de mais.
Das ruas e arquiteturas seculares e calientes de Salvador, a banda é formada pelos fechosos Russo Passapusso, Roberto Barreto e Marcelo Seko. O Baiana System é um verdadeiro SISTEMA que consegue envolver samba-reaggae, ijexá, ska, pagode baiano e presença até do coco pernambucano em algumas músicas.
Formada em 2009, o trio já nos presentou com três álbuns: “Baianasystem (2010)”, “Duas Cidades (2016)” e “Outras Cidades (2017)”.
A voz rasgada, rouca e cheia de vivacidade (além da sua incrível presença de palco) presente no vocalista Russo Passapusso, misturada ao deslize da guitarra baiana promovem praticamente um diálogo em cena. Outros instrumentos utilizados vão do baixo e percussão ao berimbau, mostrando que vieram para inovar e fidelizar o seu som no mercado fonográfico atual brasileiro.
Uma das músicas que foi cartão de visita para o trio ter sua ascenção foi a “Playsom”, que fez parte da trilha sonora do jogo “Fifa 2016”.
Para quem ainda não teve a oportunidade de ver o Baiana tocar ao vivo, vá contando com um show eletrizante, de não ficar parado um segundo, além de te emocionar em vários momentos. Realmente esse trio é um tapa na cara da sociedade, mostrou e está mostrando muita malemolência e ousadia. Fazem crítica social pesada na medida certa, sem forçar a barra e sem pesar a vibe no meio do frevo, não se trata de militância, proselitismo ou lição de moral, mas letras carregadas de sentido que confrontam questões cotidianas dos brasileiros.
