estereofonia no breu
uma crônica estereofônica e mais perdida do que cego em tiroteio de devana babu
escuro. a luz acabou. na rua, vivalma. a luz amortiza a todos. espere! uma moto. ela zumbe na escuridão nas quadras ao redor. Não sei, mas pelo ruído não é uma moto vagabunda de um fanqueiro bêbado e amostrado. é um barulho sujo e despretensioso, embora extravagante e cheio de presença. algo como a voz de david bowie, iggy pop talvez. o barulho da moto vai e vem, na escuridão completa, dando voltas, se afastado e se aproximando pelas duas laterais, para frente e para trás. o panorama dimensional é nítido como os efeitos estereofonicos dos meus álbuns favoritos. david bowie ou beatles talvez. parou. tiros. mais tiros. tiros tiros tiros tiros tiros tiros tiros. silêncio. tiros. tiros. silêncio silêncio silêncio. tiros tiros tiros, moto moto moto moto, panorama moto tiros panorama tiros moto moto vem vai tiros moto, outra moto, tiros outra moto outros tiros distância distância distante distante distante silêncio. Escuridão. woomp! eee! Skreeee! a luz volta.