Litieh lança novo álbum Komòva cantando encontros e movimentos da vida
Sentimentos e ideias da modernidade permeiam o segundo álbum da brasiliense

O nome do álbum Kòmova nasceu na despretensiosa intenção do comover, dos encontros e movimentos da vida. Co-mova: Conduzido por encontros elementais, de pessoas, acontecimentos e coisas, suas notas tangem além da expansão musical que o mundo vem experienciando, para os sentimentos e ideias que vivemos na modernidade, sobre relações, política, meio ambiente ou religiosidade.
A criatividade é fluida como água e se destaca na composição do disco, de música brasileira, moderna, africana, pop, que cutuca e propõe observar, sentir, e se deliciar com a poética suave e densa, imprensa na voz da artista e na sonoridade do Komòva.
São 8 faixas envolventes, gravadas de forma independente. As músicas prendem desde a primeira nota e convidam você a conhecer a perspectiva poética, metafórica, sedutora e reflexiva sobre a vida e seus desdobramentos cotidianos, através de Litieh.
“Então penso, qual é a música carro chefe do disco? Me vem Ponto a Ponto, música em que falo da cidade de Brasília, onde moro, da arte feita nela, desvalorizada, da política turva e de como esse jogo político não leva a nada”, explica, e segue: “Mas Flor de Laranjeira, parceria minha com Wilson Bebel é um grande presente, que bate firme no coração da gente. O povo quer ouvir mais do amor, da magia, da leveza…e no ritmo leve, tem ainda Super-Humana, que leva o ouvinte a voos altos e profundos. Nela homenageio o Gil do Super Homem”.
“Acredito que essas faixas tocarão com verdade as pessoas, na essência”.
Foram fundamentais os músicos que acreditaram e gravaram este trabalho, pois com eles foi possível a concretização do disco. São eles: Zé Krishna – guitarra, Felipe Viegas – teclados, Rafael Cruz Tico – baixo, Renato Galvão -bateria, Luiz Ungarelli – percussão e Caetano Bartholo – acordeon.
A outra faixa com parceria de composição é Panela de Barro, com Alberto Salgado. É um samba alegre, desperto, que realça a relação amor-comida, “A comida é memória afetiva e nos nutre de diferentes formas. Essa música me lembra muito minha família de Minas, nesse papo de sentarmos à mesa na cozinha e ficar lá o dia inteiro proseando, amando e cozinhando”, conta Litieh. A faixa traz a presença forte de um coro de vozes afinadíssimo que é: Fernanda Bronzeado, Maísa Arantes, Kadu Nascimento, Marquinhos Benon e Vinicius de Oliveira.
Não se pode falar do Komòva sem falar de Lar de Bento, música inspirada na tragédia de Mariana/Bento Rodrigues com a Vale do Rio Doce no final de 2015, que reclama mais alto agora, início de 2019, com um cenário pior ainda em Brumadinho. Densa e transformadora, questiona os valores e o quanto você se importa com a água e com a vida.
Yemanjá Oyá caminha através da religiosidade e da cultura africana, com deusas da natureza. A música reflete a crença e a benção vinda do mar e dos ventos. Com participação especial do percussionista baiano Ricardo Braga, que toca atualmente com a Xênia França e é ex Rumpilezz.