
Se você não tinha motivos o suficiente para ir ao CoMA, com certeza terá agora. A banda Maglore está na programação do festival, e tocará em Brasília o mais recente trabalho “Todas as Bandeiras” (2017). Depois da banda surgir na cena musical em 2009 com o EP Cores do Vento, muita coisa aconteceu, como algumas mudanças na formação. E em setembro de 2017, a Maglore presenteou a música brasileira com o “Todas as Bandeiras”.
“Todas as Bandeiras” nos leva, de certa forma, a refletir sobre situações cotidianas ao mesmo tempo em que algumas letras parecem mais introspectivas, como a “Quando Chove no Varal”: Hoje um cavalo marinho / Veio cedo me acordar / Vi seu rosto me sorrindo / Virei e já não tava lá”. No geral, o disco se complementa. Quando se ouve uma faixa atrás da outra, é como se elas se amarrassem. A melodia e as letras levam a reflexões sobre acontecimentos e sentimentos que acometem todos os seres humanos ao menos uma vez na vida.
O álbum convida a fazer uma grande viagem, onde cada um tem uma própria interpretação sobre cada faixa do disco. Há grande predominância de um sentimento de querência por uma libertação, seja de um amor, de deveres rotineiros, de algo que aprisiona ou até mesmo de situações que geram descrença, em casa, no trabalho, na política, como colocado nos versos da “Me Deixa Legal”. Situação vivenciada diariamente e que parece ser um mal do século.
Melodias alegres predominam na obra, com raros toques mais melancólicos, são músicas dançantes para você ouvir tomando uma cerveja e sorrindo, mas também parar e pensar. A arte de Azevedo Lobo para o disco também chama a atenção e ilustra a diversidade presente ali, de cores, sons, influências e sentimentos.
Esta diversidade acalanta, deixa triste e também traz a energia para seguir em frente posta na canção “Aquela Força”, a vivacidade necessária para lutar contra tudo o que vêm de dificuldades expostas em outras canções posteriores a essa primeira faixa. Acredito que “Todas as Bandeiras” tenha consolidado a banda no mercado de artistas alternativos brasileiros, que é crescente. É da brasilidade de bandas como Maglore que o Brasil precisa.