A #escutaqueébom é uma multimídia feita por pessoas envolvidas no universo da música que acreditam na valorização da cultura brasileira. Trabalhamos para que nossos ritmos e nossa poesia cheguem a mais orelhas dentro e fora de nossas fronteiras, levando a mensagem do país que tocamos, vivemos, escrevemos e cantamos.
A base de nosso trabalho é escutar música brasileira. O projeto vem sendo desenhado há anos conhecendo novos sons e garimpando boas obras ao redor do Brasil. Nossa alma é a rádio e o resgate de seu caráter curatorial, de pesquisa e descoberta de música de qualidade. Sem contar é claro na potencial projeção, referencial e de legitimação.
Crescemos junto com a evolução do mercado da música, da grande indústria à multiplicação de pequenas produtoras, escritórios, gravadoras e selos. Testemunhamos projetos estourarem em questão de meses com recursos limitados, mas muita criatividade. Observamos toda a dinâmica de produção, distribuição e dos negócios da música serem revolucionados, experimentando tudo de perto buscando entender as novas práticas e hábitos da juventude.
Agora chegamos para somar com artistas, bandas, djs, coletivos, projetos, festivais e principalmente com o público cada vez mais crescente que valoriza o que é produzido no Brasil, lota eventos, adquire produtos e fortalece a cena.
Somos um veículo de comunicação multiplataforma que gera conteúdo e pensa estratégias para contribuir com a cultura e a economia criativa.
E O QUE
AFINAL
É A
MÚSICA
BRASILEIRA?
Música brasileira é o que é produzido no Brasil, sem rótulos. É até difícil pensar numa música legitimamente brasileira. A começar por nosso idioma colonizado. Se formos levar ao pé da letra, precisaremos aprender as línguas guarani, tupi, krenak, awã e as que verdadeiramente brotaram em nossas terras. Também faremos isso e abriremos aqui espaços para pesquisas aprofundadas e para a valorização dos vários idiomas existentes no país. Mas enquanto predomina o português, estaremos com nossos radares mirados para captar tudo que pode ser entendido pela maior parte de nossa gente, o que gera identidade e engajamento, sem legendas ou traduções. Además de hablar y cantar los sonidos que vienen del sur que calientan nuestras venas y nos acercan a nuestros parientes.
Se for pra discutir sonoridade o trabalho é ainda mais complexo. Nem o samba é genuinamente nosso. A cultura do Brasil foi tecida com retalhos do jazz, do rock, da psicodelia, do makossa, do eletrônico, das latinidades, do hip hop, dos clássicos e de fragmentos de culturas africanas, originárias e do mundo todo. O desafio é encontrar no meio de tanta remixagem produções originais com elementos e referências que nos representem, que sejam a nossa cara. O que é cantado nas esquinas e ecoa nas praças, o que traduz nosso cotidiano e denuncia nossa realidade. Concentramos nossa cobertura no que de fato está fazendo a mente dos jovens brasileiros.
Falamos sobre a nova música brasileira com a amplificação da música preta, do afrobeat, dos sons que vem do interior, da aldeia, do cerrado e da mata, escutando também a nova safra das metrópoles com seu repertório baseado na bossa, nas vanguardas e na mpb. Cantamos e perdemos a voz com a nova geração do rock que resiste e se reinventa a cada show. Flagramos a correria do rap e acompanhamos no sapatinho a produção contemporânea brasileira que já cala a boca de muito gringo. Nos aventuramos na pista e viajamos para decifrar os enigmas dos beats e o segredo do grave made in Brazil. E claro… rompemos a fronteira e projetamos a integração sul americana que também é nossa. Somos um grande continente, com vidas idênticas e culturas propositalmente distanciadas, vocês já sabem o porquê…
Quer falar de patriotismo sem conhecer o que forma a cultura da sua pátria?
Conta outra! #EleNunca!