BRASILEIRA

LANÇAMENTO! Moara se entrega por inteiro no novo EP ‘Do Começo ao Fim?’

Diversa e confessional, obra traduz a fluidez da cantautora em plena transição

MOARA lança agora seu segundo trabalho. EP ‘Do Começo ao Fim?’ chega com seis novas faixas, demonstrando profunda entrega a música e a si.

Pra sorte entrar e trazer mudanças, é preciso dar um fim em situações que estão atravessadas. Um trabalho intenso de todo dia, durante o dia todo. Uma hora o soluço vira sono e a escuridão sol quente, aí é se jogar, sair sem rumo. Ainda que o cinema nos trouxesse um roteiro pronto, cedo ou tarde alcançaríamos a linha de chegada. Que nada mais é além de uma nova partida…

Aqui temos um trabalho de transição, cheio de referências e leituras, feito por nomes que estão provando ao Brasil o potencial criativo e de produção artística a partir de Brasília. Uma experimentação dinâmica, que vai fundo na alma e na música arrepiando a pele. Depois de abrir o peito ao mundo, a cantora e compositora MOARA canta pra se libertar dos velhos medos, disposta a descobrir novos lugares. Ouviu? É o som dos bandolins.

A voz de Moara carrega um tom confessional, ares de quem já está íntima. Isso acontece pela naturalidade como canta e interpreta cada canção. Ao lado de Vitor Barbosa e Léo Ribeiro arranjou cada acorde transpondo seus sentimentos, fazendo de cada situação música.

“Eu te canto pra me libertar
te canto pra me perceber”

O começo vem com repetições, como cantigas pra ajudar a atravessar o tempo e fugir da solidão. Uma regressão que ajuda lembrar como era bom viver sem tanta ilusão. Arrastando para um romance meio correspondido, meio deixado de lado. Uma súplica que parece ecoar só, sob um olhar que supera a dor num piscar. Assim são as primeiras faixas, meio casadas, meio desquitadas. Um desenho tocante feito nas cordas do violão, numa base envolvente e imersiva.

Na sequência o sopro dos kazuos anuncia um conjunto de ironias prontas. Uma música desafiadora, com ritmo acelerado puxado por beats e um violão chorado na bossa, dançando com a guitarrada que furta vários rifes do carimbó. Pedindo logo um minuto e vinte e oito segundos de silêncio cantado, sussurrado, em cadência de oração evoluindo para sonoros gritos. Questionando a própria natureza do não-falar, do não-dizer.

O melhor seria decifrar cada enigma expresso por Moara, o pior seria perder a graça ao descobrir de uma vez só a beleza que é explorar seu trabalho aos poucos, várias vezes. Na terceira parte do EP ela endossa sua vocação poética iniciada em Peito Aberto de 2018. Poesia feita também no arranjo, que de forma delicada e segura dá espaço até pra passinho de funk. Encerrando com uma ginga leve que ilustra a totalidade da mensagem do álbum, a superação das mil provações de forma suave, fazendo da música chave.

por Ziza Gomes

O álbum acaba de ser lançado, mas antes foi executado numa apresentação única e intimista dentro do Planetário de Brasília, durante o Festival Coma. No dia Moara revisitou as músicas do primeiro álbum, com arranjos feitos especialmente para este show, aproveitando para antecipar o novo repertório.

“Do Começo ao Fim?” é uma obra que apenas premedita as futuras investidas da cantautora. E está naturalmente relacionado às mudanças em sua vida, sua forma de encarar o mundo, o aprendizado ao fim da primeira turnê e sua reinvenção constante. Um convite pra sentir a música e mergulhar na poesia.

MOARA
“Do começo ao Fim?”

1 Um Meio
2 A dos Meus Olhos
3 Cê Sabe
4 Silêncio
5 O Melhor
6 Houve

Produção e arranjo: Moara, Vitor Barbosa e Léo Ribeiro
Mixagem e Masterização: Vitor Barbosa
Foto/Capa: Raquel Reis

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Felipe Qualquer

No rádio desde moleque, está no ar na Rádio Cultura de Brasília; pesquisa o universo da música e escuta de tudo. Foi Head de Estratégia e Criatividade da Music2Mynd e Diretor de Comunicação do S.O.M, canal de música da Mídia Ninja. Em MG atuou nas rádios Minas, Nova e 94FM. Em Brasília passou por MIX FM, Transamérica e Rede Clube. Escreveu para os jornais Gazeta do Oeste e O Popular e Revista ShowBar. Produtor cultural desde 2010 com trabalhos no festival EcoMusic, Rua do Rock, Usina de Rima, Grito Rock, Festa Nacional da Cerveja, Toma Rock, Transamérica Convida, No Setor e Cervejaria Criolina. Estudou Comunicação e Teoria, Crítica e História da Arte na UnB com extensão em Music Business pela PUC-RJ.

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