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Yalodê – Festival celebra o axé, o saber e o poder da mulher negra em Brasília

Evento acontece neste fim de semana na área externa do Museu da República

Entre os dias 1º e 3 de novembro Brasília sediará o Yalodê – Festival de cantoras negras, evento que acontecerá no Museu Nacional da República e terá entre as suas atividades, shows e oficinas, que traduzem temas relativos ao feminismo negro.

Palavra de origem yorubá, Yalodê está associada a Oxum, a orixá das águas doces, e significa, como nos ensina Sara Loiola, produtora e idealizadora do festival, a mulher que lidera e potencializa outras mulheres.

É dessa ideia que parte o conceito do festival que abrirá as atividades do mês da consciência negra no Brasil.

Importante iniciativa para compartilhar saberes e visibilizar o potente trabalho de artistas da diáspora, o festival terá espaços singulares como a oficina de escrita criativa com Calila das Mercês (BA), com vagas esgotadas, que propõe o diálogo a respeito dos movimentos de mulheres negras no mundo da literatura, em obras autorais.

Haverá também oficina de danças de matrizes africanas com Fanta Konatê (Guiné), cujo trabalho revela a importância de pensar a dança como o movimento que expressa a vitalidade de um povo, tendo em vista que é por meio da dança que se expressam os modos de viver a temporalidade e os ritos de passagem.

No palco que ocupará a área externa do Museu Nacional da República, teremos duas noites de show que prometem empoderamento e muito suingue.

Realleza – Lua da Night (Realleza).

No sábado, dia 02 de novembro, se apresentarão: as DJs Savana (DF) e Pati Egito (DF); a cantora Cris Pereira (DF) divide o palco com Áurea Martins; Fanta Konatê apresenta um espetáculo depois de já ter oferecido sua oficina; e Larissa Luz (BA), encerra a noite com o show “Trovão”, ainda inédito em terras brasilienses, mas, sobre o qual já falamos por aqui: https://escutaqueebom.com/diaspora-larissa-luz-trovao/.

No domingo, dia 03 de novembro, noite que encerra o festival, sobem ao palco Realleza (DF), representante brasiliense de mulheres no Rap; Letícia Fialho (DF) canta em dueto com Anaïs Sylla (França); e, para encerrar o festival, vão ecoar os sons do samba de Mariene de Castro (BA).

Mariene, como boa filha de Oxum, representa com beleza, doçura e força o novo rosto da mulher no samba, apesar da carreira da baiana já contabilizar mais de 20 anos de estrada.

Mariene de Castro – Ilha de Maré (Carlos Roberto Dos Santos/Walmir Lima).

O show que Mariene traz para Brasília é o famoso Santo de Casa, que tem larga história na Bahia, mas agora desponta nacionalmente com uma sofisticada seleção de músicas do cancioneiro popular de nossa cultura.

Além de tudo isso, para tornar o festival ainda mais imperdível e acessível, os ingressos são todos gratuitos e podem ser retirados no site do Sympla: https://www.sympla.com.br/festival-yalode__682187.

Por fim, é importante sempre lembrar que todo dia é dia de consciência negra e todo mês é mês de combater o racismo. No entanto, também é preciso louvar o que é nosso e prestigiar as nossas representantes na música, na literatura, na dança, na intelectualidade.

Se uma só Yalodê potencializa outras mulheres, imagina o que podem tantas delas juntas?

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Fredson Carneiro

Baiano de Ibititá, sou apaixonado por música desde sempre. Sendo um diletante nas artes, sou mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Brasília e doutorando em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde desenvolvo pesquisa sobre as transformações promovidas no direito e na política pelas lutas das pessoas transvestigeneres. Sobre a vida e a música, concordo com Milton Nascimento: "Há canções e há momentos/Em que a voz vem da raiz/Eu não sei se é quando triste/Ou se quando sou feliz/Eu só sei que há momento/Que se casa com canção/De fazer tal casamento/Vive a minha profissão".

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