ENTREVISTA! “O rock não está morto, o que morreu foi a atitude”. Conheça o power trio de stoner Desert Crows
Confira a entrevista com o trio de Goiânia

Não é novidade que Goiânia é um grande espaço para exportação de artistas. E quando afirmo isso, não estou me referindo ao sertanejo (não somente). A capital possui nomes a serem apresentados para todo o Brasil, independente do gênero musical. Numa dessas minhas andanças pela internet, conheci o power trio de Stoner, Desert Crows, que me parece a prova de que o stoner da capital está bem vivo. Goiânia inclusive possui nomes já bem conhecidos e que fizeram história, como Black Drawing Chalks, Hellbenders, Overfuzz… São várias as bandas que flertam com o estilo.
Desert Crows trabalhou durante os meses desse ano no primeiro EP Age Of Despair com lançamento previsto para o final deste ano. O trio, Vitor Mercez (guitarra e vocal), Raul Martins (baixo) e Pedro Henrique (bateria), já lançou dois singles, o Loose Me e Even The Evil Cries. O som é característico do stoner, e também senti uma pegada meio grunge. Dá o seu confere nos dois singles já disponíveis:
A Escuta bateu um papo bem sincero com o Desert Crows sobre a cena rock BR e principalmente a stoner. Eles me falaram sobre as percepções deles e a falta de apoio aos artistas locais. “A sociedade, de maneira geral, reclama que não tem nada novo surgindo, mas ninguém tem coragem de pagar 10,15, 20 reais pra assistir as bandas locais nas pequenas casas de shows e conhecer o que tá sendo produzido”.
Sobre a afirmação conhecida de que o “Rock morreu”, o Pedro discorda:
“Normalmente recebem o que é cômodo, o que é servido de maneira engessada e enlatada sem procura. A atitude de procurar, de compartilhar novas descobertas, isso sim está morto. O rock não está morto, o que morreu foi a atitude, e rock é atitude!”.
Confira nosso papo na íntegra:
ESCUTA: Como a banda decidiu pelo stoner?
Desert Crows: A ideia do stoner partiu das influências minhas (Vitor) e do antigo baterista da banda, elas iam aparecendo nas composições e decidimos ir pro stoner.
ESCUTA: Um dos pontos marcantes do stoner no Brasil é a escolha das bandas por cantarem as composições em inglês. Acreditam que o estilo seja mais de exportação?
Desert Crows: O fator da exportação é importante, porém a escolha do inglês foi mais pela facilidade de se encaixar na melodia, e facilidade em escrever também.
ESCUTA: Como avaliam a cena stoner e rock (no geral) atualmente no Brasil? Tem espaço para se lançar no mercado?
Desert Crows: No Brasil estamos acompanhando a cena do rock dar uma crescida nos últimos anos, porém na nossa cidade, está decaída a um tempo. Goiás (principalmente Goiânia) já foi conhecido como o berço do stoner, mas a cena não é mais a mesma e estamos tentando fazer ela crescer.
ESCUTA: Como foi o processo de trabalho da estética do lyric video de Loose Me?
Desert Crows: A estética do Lyric video foi influenciada pelo tema desértico, tanto pelo nome da banda quanto pela origem do stoner, deserto da Califórnia e tal.
ESCUTA: As letras das músicas foram inspiradas por alguma temática? É perceptível no single Loose Me um aprisionamento e uma querência por liberdade. Já Even The Devil Cries traz um tom mais sombrio.
Desert Crows: As letras das músicas se baseiam em uma temática de angústias e anseios da vida.
ESCUTA: O EP já tem um nome?
Desert Crows: O nome do EP vai ser Age of Despair, uma síntese da temática das músicas (e título de uma).
ESCUTA: Indica um som BOM para galera ESCUTAR.
Desert Crows: Overfuzz, Hellbenders, Black Lines, Sixxen, Aurora Rules, Mugo, Almost Down e Rural Killers.
Confira nossa resenha sobre o debut Age Of Despair.