ELETRÔNICA

SHAWUSKÁ referência no PROG é destaque na lineup da Raventura

No set tem ainda Freakaholics, Psycodelic, Babalos e mais

Como poucos gêneros a música eletrônica é repleta de estilos e vertentes que surgem a cada set. E não tamo falando de dois ou três variações, mas de um rizoma gigantesco. O inquestionável é a evolução dos sons que se pode encontrar nos BeatPort da vida. E os bpm ficam por sua conta. Depois que se passa da fase pueril das disputas entre quem gosta de dark e quem prefere o low, ou se quem curte goa sabe mais e é mais iluminado do que quem tá conhecendo o recente brazilian bass, passa a brisa e os fritos entendem o efeito dessa cultura que só cresce e movimenta milhões de pessoas, reais, dólares e euros.

E o movimento internacional já colocou o Brasil no radar. Como nenhum outro mercado de música havia feito até hoje a EDM BR atingiu picos rapidamente, das grandes produtoras aos homestudios espalhados pelo país só cresce o número de downloads, de adeptos e consequentemente de produtores. Daí o que André Laudz e Zé Gonzales imprimiram com o Tropkillaz em 2012 trazendo este cenário eletrônico definitivamente para a MÚSICA BRASILEIRA hoje é absorvido. Ditar tendência tem disso, você faz hoje pra daqui alguns anos geral entender. Tem outra – a contra gosto de muitos – a projeção que Alok deu ao Brasil foi fundamental para a cena que se desenha.

Surgem novos nomes que revolucionam a forma de fazer a música, como os irmãos Gabriel e Gustavo Corrêa de Minas Gerais, que quebrando o paradigma sobre ~DJ ser músico~, são multi-instrumentistas desde moleques com passagens por bandas de rock, reggae, ska, poprock e produzem há dois anos a SHAWUSKÁ, projeto de PROG que desafia desde Noriel Vilela com 16 toneladas a Gorillaz, trazendo músicas comuns, familiares, em formato eletrônico, dando assim uma repaginada, ou melhor dizendo, uma remixada na música progressiva eletrônica.

FOTO: Júlio Palestini

Essa vertente mais ~comercial~ do PsyTrance está lotando o calendário pelo Brasil e movimentando milhões, sim, milhões de pessoas. Entre os nomes que se destacam no Sudeste, em Minas Gerais o duo SHAWUSKÁ é uma das maiores apostas para o futuro. Isso porque com toda sua musicalidade os irmãos Corrêa encontraram o caminho da tendência mundial. O som que pode ser definido por cada orelha de um modo é como um hibrido entre o trap e o future prog. Fazendo o público delirar criando atmosferas instrumentais, ambientações e horizontes etéreos com a soma de dezenas de camadas sonoras.

“Os caras que tocavam o psytrance antigamente como Skazi e Sesto Sento nos inspiram. O que estamos fazendo é reinventando o som e a estética do prog e puxando pro Brasil. Nós pegamos influências como nos mix de Karol Conka e Gabriel O Pensador. O low, as músicas de baixo bpm tão misturando, se confundindo. Enquanto isso estamos acelerando os bpm. As vertentes estão diluindo a psytrance, com vertentes noturnas, mais diurnas. Estamos ligados na cena gringa, mas fazendo acontecer na música brasileira” Gabriel Corrêa, SHAWUSKA

Já podemos dizer que os gringos é que estão se inspirando no BraZil, visto a criatividade que encontramos aqui, a diversidade cultural que culmina num multiverso de sonoridades. E um ponto forte é a melodia. O som que antes era mais seco e direto, hoje se mistura à musicalidade tropical nativa de nosso continente.

“Rolava o prog, um som que era predominantemente drop. A evolução desse prog, o future prog traz uma nova sonoridade… não que nosso som seja, mas na prática é mais ou menos isso… O Mandrágora foi pioneiro, trouxe o prog com musicalidade. Antes não se escutava tanta melodia. Era um som mais reto. Ele pegou a melodia que vem da inspiração do psytrance, a evolução dos drops com harmonia… e trilhamos esse caminho.” Gustavo Corrêa, SHAWUSKA

Agora neste final de semana (25 e 26/08) os caras tocam na AXIOM FORA DO ESPAÇO, em Santa Luzia região metropolitana de BH, no mesmo espaço de Freakaholics, Cosmos, Brutal Kick, Antara e outros. Com grande aceitação até nos cenários mais “conceituais” e “sérios” do psytrance, SHAWUSKÁ se consolida e deixa sua contribuição na construção da nova música eletrônica brasileira. E apesar de terem trabalhos em inglês, querem investir cada vez mais no que gera identidade e faz a galera pirar na pista.

E se já estiver um pouco em cima da hora pra você colar na AXIOM, em setembro uma nova oportunidade pra conhecer o som da SHAWUSKÁ LIVE e colar no front, no mesmo lineup de Belik Boom, Aura Vortex, Ground Bass e toda essa galera aê.

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Felipe Qualquer

No rádio desde moleque pesquisa o universo da música e escuta de tudo. Foi Head de Estratégia e Criatividade da Music2Mynd e Diretor de Comunicação do S.O.M, canal de música da Mídia Ninja. Em MG atuou nas rádios Minas, Nova e 94FM. Em Brasília passou por MIX FM, Transamérica, Metrópoles e Rede Clube. Escreveu para os jornais Gazeta do Oeste e O Popular e Revista ShowBar. Produtor cultural desde 2010 com trabalhos no festival EcoMusic, Rua do Rock, Usina de Rima, Grito Rock, Festa Nacional da Cerveja, Toma Rock, Transamérica Convida, No Setor e Cervejaria Criolina. Estudou Comunicação e Teoria, Crítica e História da Arte na UnB com extensão em Music Business pela PUC-RJ.

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